BRUXELAS – O acordo comercial UE-Mercosul, assinado na sexta-feira em Montevideu, é uma oportunidade para Portugal reduzir o défice comercial que tem com o bloco latino-americano, considerou hoje o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, em Bruxelas.

“Portugal tem um défice de comércio agroalimentar de 517 milhões de euros por ano” com os países do Mercosul, disse hoje o ministro, acrescentando haver agora uma oportunidade para a redução desta diferença, exemplificando com o vinho e o azeite, entre outros produtos.

Sem o acordo de parceria com os quatro membros do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, Portugal tem de pagar taxas alfandegárias de 10% para exportar e que vão até aos 26% e 38% no vinho e no queijo, explicou o ministro.

José Manuel Fernandes adiantou ainda que o acordo prevê a entrada de um total de 99 mil toneladas de carne de bovino, abaixo das atuais 196 mil toneladas que já entram no mercado único.

Os países da UE e do Mercosul concluíram, na sexta-feira, a parte política do maior acordo comercial mundial, que começou a ser negociado em 1999, equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial. (09/12/2024)