Um responsável do European Policy Centre (Centro de Política Europeia – EPC) sublinhou hoje a provável subida dos partidos populistas de direita nas próximas eleições europeias, em junho,asequência de conquistas nacionais como em Portugal.

Em declarações à Lusa, Ricardo Borges de Castro adiantou que o resultado alcançado nas legislativas de domingo, em Portugal, “confirma o que se antecipa para o Parlamento Europeu”, de que os partidos predominantes – como o Partido Popular Europeu, o Partido Socialista Europeu, os liberais e os Verdes – terão “menos poderes e menos votos”.

“Provavelmente o que vamos ver é que haverá maior representatividade [na assembleia europeia] dos extremos” políticos, antevê o especialista, admitindo que o Chega eleja eurodeputados, quando atualmente não está representado no Parlamento Europeu.

Portugal deixou de ser, com as legislativas de domingo, exceção na União Europeia (UE) na representatividade da extrema-direita e na fragmentação partidária, adiantou também.

“Portugal deixou de ser uma exceção na UE, se é que ainda era. A ascensão da extrema-direita é uma tendência que está na UE há muito tempo e chegou a Portugal mais tarde, mas a verdade é que o Chega passou de um deputado em 2019 para 48” nas legislativas de domingo, disse Borges de Castro.

A Itália, onde lidera o Governo, e a França são exemplos da ascensão da direita populista, radical e nacionalista.

Comentado as eleições legislativas de domingo, o responsável aponta que “a fragmentação partidária também já era uma tendência que estava a acontecer na Europa” e que agora chegou ao país, onde normalmente “dois partidos eram sempre os mais votados”, o PSD e o PS.

“Haver coligações é uma coisa muito natural noutros países da UE, como na Bélgica e na Holanda, e a fragmentação nem sempre é má porque as pessoas têm mais opções para escolher, mas o que tem faltado é liderança” política, observa Ricardo Borges de Castro, antecipando “condições de governabilidade muito baixas”.

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