O ministro dos Negócios Estrangeiros insistiu que a Ucrânia tem de ser uma “voz ativa” nas negociações de paz para o conflito com a Rússia e que Volodymyr Zelensky é o “interlocutor natural e perfeitamente legitimado”.

Em declarações aos jornalistas horas depois do início de uma reunião ministerial em Bruxelas, Paulo Rangel disse que a Ucrânia tem de ser uma “voz ativa” em todas as negociações para resolução do conflito, incluindo as preliminares, como as que já decorreram entre Washington e Moscovo.

E a União Europeia (UE), pelo apoio que prestou nos últimos três anos ao país invadido pela Rússia e pelo compromisso com a reconstrução, também deve estar na mesa de negociações, acrescentou o ministro.

“A UE, no seu todo, tem, claramente, uma posição de defesa da integridade, da soberania da Ucrânia, da sua autodeterminação […], essa posição não vai mudar”, sustentou o governante português, no dia do terceiro aniversário da invasão russa.

Sem referir diretamente as críticas que o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, fez ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o ministro dos Negócios Estrangeiros alertou que quaisquer discussões têm de ser feitas com esse interlocutor.

A União Europeia reconhece Volodymyr Zelensky “como o interlocutor natural da Ucrânia e politicamente legitimado”, disse Paulo Rangel, completando que “esse é um ponto de que não se pode abdicar”.

No domingo, o chefe de Estado ucraniano disse que deixaria a Presidência se isso significasse a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e se o aproximasse de um processo de paz.

Na última semana, Donald Trump criticou o Presidente da Ucrânia, considerando-o “um ditador” sem legitimidade democrática.

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