BRUXELAS – O eurodeputado André Rodrigues (PS) contestou hoje a proposta da Comissão Europeia que reduz as verbas para as pescas no próximo Quadro Financeiro Plurianul (QFP 2028-2034), salientando o impacto para Portugal deste corte.
A proposta avançada pelo executivo comunitário e que está agora em discussão “reduz o orçamento de 6,1 mil milhões de euros para apenas dois mil milhões, uma quebra de dois terços do financiamento disponível, que deixa as pescas com apenas 1% do bolo global europeu”, referiu André Rodrigues.
Segundo um comunicado, o eurodeputado salientou, numa audição com o comissário para os Assuntos Marítimos e Pescas, Costas Kadis, na comissão das Pescas no Parlamento Europeu, que “esta proposta não é apenas má, é péssima. Ofende os pescadores e ofende décadas de avanços na política europeia para as pescas e para os oceanos”.
André Rodrigues destacou ainda as consequências particularmente negativas para Portugal e para os Açores, referindo que “o financiamento nacional cairá de 378,5 milhões de euros para 142,5 milhões, o que corresponde a um corte nominal de 63% e que, considerando a inflação e os atrasos na execução, poderá ultrapassar os 70% em termos reais”.
A Comissão Europeia propõe que Portugal receba 7,4 mil milhões de euros para a Política Agrícola Comum (PAC) e 142,5 milhões de euros para as pescas, no âmbito do orçamento comunitário a longo prazo entre 2028 e 2034.
Segundo uma proposta a que a agência Lusa teve acesso referente à repartição das dotações mínimas nestas políticas, no âmbito do próximo QFP, o executivo comunitário sugeria alocar 7,4 mil milhões de euros a Portugal para a PAC e 143 milhões de euros para as pescas, num total de, respetivamente, 300 mil milhões de euros e dois mil milhões de euros para a União Europeia (UE). (23/09/25)
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