BRUXELAS – O eurodeputado João Oliveira (PCP) defendeu hoje o aumento da pressão política da União Europeia (UE) sobre Israel como modo de ajudar as populações de Gaza e da Cisjordânia, sublinhando estar demonstrado que funciona.
Em declarações à Lusa, após um debate, no Parlamento Europeu, com a embaixadora da Palestina junto da UE, na Bélgica e no Luxemburgo, Amal Jadou, o eurodeputado referiu que as recentes pressões internacionais levaram o Governo de Telavive a autorizar a entrada de camiões com bens alimentares.
“Após pressão europeia, entraram nove camiões com ajuda humanitária”, referiu, acrescentando que a população da Faixa de Gaza necessita de 44 mil para suprir as necessidades básicas.
“É fundamental que os Estados-membros da UE tenham noção do poder que têm”, sublinhou ainda, apelando ao embargo à venda e compra de armas a Israel como forma de intensificar a pressão política.
No mesmo dia em que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE estão reunidos com a questão de Israel e a Palestina na agenda, João Oliveira defendeu a revogação do acordo entre o bloco e Israel, como forma de pressão.
Uma resolução de Oliveira neste sentido é debatida na quarta-feira, na sessão plenária de Bruxelas.
Hoje, a ONU foi autorizada por Israel a levar cerca de 100 camiões de ajuda humanitária para o território palestiniano de Gaza, numa altura em que a Organização das Nações Unidas receia que 14 mil bebés possam morrer nas próximas 48 horas em Gaza devido ao atraso na chegada de auxílio.
Nenhuma ajuda humanitária foi autorizada a entrar no território palestiniano desde 02 de março, pelo que as agências da ONU e organizações não-governamentais que trabalham em Gaza alertam, há várias semanas, para a escassez de alimentos, água potável, combustível e medicamentos no território palestiniano, em guerra há mais de 19 meses.
A abertura agora dada pelo Governo de Telavive foi justificada pelo orimeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com o receio de que as imagens de fome dos palestinianos fizessem com que os aliados de Israel retirassem o apoio militar e diplomático ao país. (20/05/25)

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