O presidente do parlamento português sugeriu hoje aos homólogos dos outros países da União Europeia a replicação do projeto do Parlamento Jovem para aproximar os jovens da participação democrática e combater as vozes que querem diminuí-la.

“Fiz uma sugestão de se criar a nível europeu, quando hoje há muita dificuldade – que é reconhecida – de ter os debates com os mais jovens, que estão muito sujeito às redes sociais e à forma de transmitir as mensagens pelas redes sociais, o que nós já temos em Portugal que é o Parlamento Jovem”, disse José Pedro Aguiar-Branco.

O presidente do parlamento falava aos jornalistas à margem de um encontro no Parlamento Europeu, em Bruxelas, entre os representantes dos parlamentos dos 27 países da União Europeia.

José Pedro Aguiar-Branco sustentou que a ideia é criar “todo um processo que decorre ao longo do ano”, mais do que “um dia numa sessão”, com “regras associadas à democracia representativa” que aproximem os jovens da discussão política europeia.

“Aparentemente, é uma situação que não existe com este conceito a nível europeu, tive a oportunidade de o transmitir, quer nos contactos pessoais que tive com a presidente do Parlamento Europeu [Roberta Metsola] e também com o meu colega dinamarquês, que neste momento tem a presidência ao nível dos parlamentos nacionais, e foi uma ideia bem acolhida que iremos desenvolver”, comentou, acrescentando que o objetivo é combater “os ataques que hoje o próprio projeto europeu sofre”.

Na intervenção que fez perante os homólogos, a que a Lusa teve acesso, José Pedro Aguiar-Branco disse que a ideia parte de uma “prática de sucesso na Assembleia da República, de simulação de discussões políticas em torno de determinado tema, com a participação de jovens em idade escolar”.

“Muitos jovens que entraram em exercícios desta natureza optaram mais tarde por exercer política. Alguns tornaram-se deputados! Imaginem um exercício desta natureza em diferentes capitais, em diferentes Parlamentos, conjugando-se esforços com os programas desta natureza existentes no Parlamento Europeu”, completou, perante os seus pares de outros parlamentos da União Europeia.

José Pedro Aguiar-Branco acrescentou que é necessário “criar espaços para as pessoas debaterem” e, apesar de reconhecer o papel das redes sociais nesta intenção, “isso não apaga a importância do contacto humano”.

“O confronto de ideias também tem de ser presencial. O que leva à importância de se criarem espaços de debate com os cidadãos. Incluindo temas europeus”, advogou.

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